O VENTO, E SUAS LIÇÕES – Por Ricardo Alfredo

A natureza, criação de Deus, é misteriosa. E desses muitos mistérios, que são estudados, analisados e tentado ser compreendidos pelo homem, temos o vento. Que mundo no cientifico, tem em seus modelos, uma explicação que é mais aceita para a formação dos ventos, é: o ar (vento) em movimento provoca a circulação das massas frias e quentes que são geradoras de ventos. Todavia não há uma explicação do seu surgimento, apenas uma análise superficial de como o vento pode ter sua origem.

Assim como vento, que é misterioso, e não sabemos de onde vem e para onde vai, assim é o Espirito Santo. Visto que Ele é transcendente e soberano, capaz de tornar um homem violento num vaso de poder e generosidade, como fez com o apóstolo Paulo. De sorte igual, transformou o apóstolo Pedro num grande pregador do Evangelho, mesmo sendo inculto. Já, em relação a todos nós, mortos em delitos e pecados, podemos receber a vida eterna pela obra soberana de Cristo anunciada pelo Espírito Santo.

Nas Sagradas Letras, em diversas partes textuais, encontramos os profetas, tentando explicar as ações de Deus através dos ventos, como relata o profeta Ezequiel, quando declarou: atribui a esse “vento” o retorno da vida aos ossos secos no areal (Ez 37:9). Porem, ele afirma que Deus não estava diretamente no vento e sim na brisa mansa.

O interessante nesta passagem é que também surge o fogo, símbolo da paixão que queima em alta velocidade. Todavia, o profeta observa que Deus Não estava no fogo, não estava na tempestade, símbolo das calamidades e do desespero da vida, fruto das paixões. Então na brisa leve, calma, estava Deus, murmurando baixinho… Eu sou o Senhor!

Ano mais tarde o sábio Salomão, grande observador do mundo, concluiu: “Assim como é impossível entender o caminho do vento ou o mistério do crescimento do bebê no ventre da mãe, também é impossível entender as obras de Deus, que faz todas as coisas.” (Eclesiastes 11:5)

No entanto, há uma relação estreita entre as ações de Deus e o vento. Afirma o salmista: “Ele chama as nuvens dos confins da terra, faz chover em meio aos relâmpagos, solta o vento de seus reservatórios”. (Salmos 135:7)

Quando analisamos o Espirito Santo, encontramos no grego a palavra Pneumati Hagios, que é um derivado de pneu, pneumático, ar, vento. o Espírito Santo opera como o vento. Vai onde quer, age como quer, e sopra onde quer. É possível ouvir em meio ao vento, a sua voz, no entanto, ninguém pode controlá-lo. Nesta narrativa bíblica, encontramos o Mestre e Senhor Jesus Cristo, instruindo as quatros verdades sobre a ação do Espírito Santo.

1- Vai onde quer – O vento não pode ser visto, mas pode ser sentido e ouvido. Assim é o Espirito Santo. E desta forma Ele vai a todos os lugares, desde a casa, mas simples a mais rica, basta encontrar lugar e ser chamado. E neste contorno, a sua chegada liberta os escravos e ressuscita os que antes estavam mortos.

2- Age como quer – Assim como o vento, o Espirito Santo não aceita prescrições humanas para que ele possa operar, ou seja, ninguém tem controle sobre Ele. Ele é livre, age em quem quer, ajudar quem Ele quer, cura quem Ele quer, e o seu vento atua na misericórdia de Deus. Ele não aceita pressão, suborno, manipulação, e sua vontade e o seu conselho é para aqueles que amam a Deus. E assim, a obra salvadora de Cristo, não está nas mãos humanas, mas nas mãos de Deus.

3- Sopra onde quer – Os critérios humanos e o controle dos homens, não são nem visto por Ele, Espírito Santo, que age como quer, e faz como apraz. E como Deus, Ele é soberano e soprar o vento da sua bondade e misericórdia onde deseja.

4- Ninguém pode controlá-lo – O desejo humano sempre foi ter poder, e ser admirado por todos. Não há nada de errado em buscar conhecimento (poder), porem, quando este é usado para satisfação pessoal ou por pura vaidade, torna-se, algo doentio e quase sempre leva a ruina. As sagradas Letras mostram um exemplo clássico do egoísmo e da ganância humana na vida de Simão o mágico. Vejamos: “Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Dêem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”. (Atos 8:18-19).

E ao tentar controlado o Espirito Santo, logo foi repreendido pelo apóstolo que respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro?  Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus.  Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração, pois vejo que você está cheio de amargura e preso pelo pecado”.  (Atos 8:20-23).

Portanto, como o vento que traz o refrigério nos dias quentes, o Espírito Santo também nos refrigera das dores da vida, nos impulsionando a ter coragem para lutar todos os dias, assim como nos levantar das quedas e das armadilhas. O Espírito Santo é abscôndito, que anuncia a redenção no Cristo e convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Mesmo sendo poderoso, é sensível as dores humanas. Mesmo sendo uma brisa, derruba a barreira do ódio, do orgulho e da ganância. Então, busque esse ar, e deixe Ele possa soprar na vida, e desta forma, você vai voar para onde o Espírito Santo te levar.

Ricardo Alfredo – Pesquisador e escritor. Membro da diretoria da Fundação Vingt-un Rosado. Membro da Academia Mossoroense de Letras (AMOL). Membro da Academia de Ciência Jurídicas e Sociais de Mossoró (ACJUS). Apresentador do programa Cultura e Cidadania (FM Santa Clara) ao lado Edilson Gonzaga.