Bibliófilo João da Mata Costa saúda o professor Vingt-un Rosado em depoimento
“Saudando Vingt-un Rosado, meu amigo:
Leio para ter uma boa vida. O livro é a maior invenção da humanidade e meu amigo Vingt-un Rosado sabia disso e por isso os propagou aos milhares. Ele com sua Coleção Mossoroense foi o maior editor do Brasil.
Visitar sua biblioteca é como ler sua rica biografia. Todos os seus objetos contam uma história. Ninguém morre deixando o legado que Vingt-un deixou. Em cada uma de suas plaquetes, brochuras ou coletânea sobre as secas. Uma memória que jamais será esquecida. “E a palavra, uma vez lançada, voa irrevogável”, disse Horátio antes de cristo na epístolas.
Tocando os livros editados por Vingt-un é como se tivesse tocando à sua pele. E, por favor, não rasgue nem arranque minhas folhas; Não apoie o cotovelo sobre minhas páginas durante a leitura; Não me puxe pela lombada superior; Não coloque entre minhas folhas objetos mais espessos que uma folha de papel; Não dobre os cantos de minhas folhas para marcar o ponto em que parou a leitura (use para isso uma tira de papel ou marcador apropriado). Proteja-me da luz solar, da umidade, das viúvas, dos analfabetos e eu o ajudarei a ser feliz. Não compre livro que pertenceu a Biblioteca Pública. Não me obrigue a comprar um livro eletrônico. Compararei só pela leitura, mas continuarei fiel aos fólios em papel. Minha praia, como a de Vingt-un, é feita de livros com orelhas, cheiros, brochuras, volumes, ilustrações e tipos Boldoni. Ninguém substituirá o livro e a tipografia. Na sua biblioteca, meu amigo, encontro você muito vivo e pulsante.
O livro é um meio insubstituível de conhecimento da arte iniciada por Gutenberg. Sua história é a história da humanidade que você soube valorizar. Divulgando valores e saberes.
Na sua forma espaço tempo o nosso sentimento do mundo. Insubstituível.
Guardião da memória da humanidade. Vetor de ampliação dos sentidos.
Jamais, amiguinhos, serás substituído em sua forma de arte.
Obrigado amigo querido“.
Ab imo corde