A Coleção Mossoroense perdeu escritor Gilberto Freire de Melo, vitimado por complicações decorrentes da pandemia do coronavírus
A Coleção Mossoroense perdeu escritor Gilberto Freire de Melo, vitimado por complicações decorrentes da pandemia do coronavírus.
Gilberto Freire de Melo era filho de Álvaro Batista de Melo e de Francisca Freire de Melo e nasceu em Pendências/RN, no dia 13 de setembro de 1934.
Ele era aposentado do correio, interessado pelas histórias e cultura da sua terra. Publicou vários livros com essa temática.
Ele deixou um legado de informação e de conhecimento publicado em várias de suas obras literárias, como, “Santa Luzia do meu tempo”, “Pendências de Cima” “Absurdos gramaticais”, “Reportagens que ninguém escreveu” e “Cândio Cambão: regate de valores culturais”,
Em outubro de 1999, Gilberto Freire de Melo publicou com o selo da Coleção Mossoroense, série C, “Manoel Torquato: Herói ou vítima da guerrilha“.
Com destacada participação na vida pública, Gilberto Freire de Melo exerceu a função de Secretário Executivo da então Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Assu (Amvale), hoje extinta e sócio do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).
A Fundação Vingt-un Rosado lamenta o falecimento de Gilberto Freire de Melo e deseja o conforto para toda família e amigos.
O filho dele, Gilberto Freire de Melo Filho, escreveu uma bela crônica em homenagem ao pai, reproduzido na íntegra abaixo:
Caiu a ficha, perdi meu poeta! Lembro de um dia, em um trabalho de Português, na ETFRN, que teria que declamar um poema de algum famoso desses, que nem lembro quem, pedi permissão à professora para declamar um poema do meu pai, ela disse, “Pode declamar mas, depois, declama do outro.”. Quando terminei, a professora disse, não precisa, deu-me nota máxima.
Caiu a ficha, perdi meu protetor! Quando segurava no dedo indicador dele para poder andar nas ruas do centro da cidade de Natal, tinha a certeza de que nada poderia me acontecer.
Caiu a ficha, perdi o amigo! Ele era “o cara”, sempre pronto a me encorajar em tudo que quis fazer; ele era aquele amigo que brigava comigo e nunca guardava mágoas nem rancor. Aprendi com ele que amigo é aquele com quem podemos brigar.
Caiu a ficha, perdi o maior brincalhão que já conheci, que fazia piada sobre tudo, sarcástico, perspicaz e muito inteligente!
Caiu a ficha perdi o professor! Até hoje, lembro das aulas de Português que me dava; confesso que negligenciei nesse ponto, poderia ter aproveitado mais.
Caiu a ficha, perdi o pai… Ele era a junção perfeita de tudo o que foi dito.
Caiu a ficha, nada disso era meu…
Deus, na sua onipotência e sabedoria, sabia que eu iria precisar de alguém como Gilberto, para poder me dar exemplo; ele cumpriu o seu papel, já estava na hora de seguir em frente.
Somente, resta-me agradecer e dizer que vou tentar pôr em prática o que aprendi… Obrigado, meu pai!
“Foi poeta, foi pai e amou demais”, plagiando ele mesmo